WINGMAKER CÂMARA 03

CÂMARA 3

POESIAS

Bandagens da Besta

Havia muitos presságios aleatórios.

Enviar ramos de oliveira com espinhos era apenas um de seu repertório.

Você me ofereceu um livro

onde todas as respostas estavam codificadas em algum dialeto estranho.

Símbolos ondulantes como serpentes inquietas por comida.

Se eu fosse levado pelo vento como uma semente lambente você ainda seria o ar e eu cairia no mato.

Se eu ansiava por água doce

você me passaria o cálice amargo.

Se eu fosse um cervo ferido, você me daria descarga

do claustro, encurrala-me contra a pedra fria, e admirar o meu medo.

Onde quer que eu vá, procuro o único olhar de amor;

mas o amor se humilha como um manequim

mudando de roupa para acomodar a costureira.

Por baixo há bandagens da besta.

Por baixo há o torniquete da libertação.

Mas sob a casca há um vazio, tão desafiador

está vestido com elegância que nem costureira nem fera podem tocar.

Você confundiu minha busca com minha alma.

Vasculhando por ela em busca de torrões de sabedoria,

você encontrou apenas o que eu perdi para você.

Realizado como sonhos sem raízes

Eu vou desaparecer em seu toque.

Se você passar seu ancinho sobre esse vazio

você sentirá pedaços do meu espírito.

Você vai me encontrar como pequenos pedaços de espelho quebrados separados, mas ainda reunidos em um ponto.

Ainda olhando sempre para o céu.

Ainda refletindo uma imagem em mosaico.

Ainda o acompanhante de mim mesmo.

Meia Mina Quando eu vejo seu rosto eu sei que você é metade minha separados pelo maior cuidado para lembrar de todos vocês.Quando tiro meu corpo vejo que sou metade sua turva pelo voo repentino que sai o olho imaginando o que os anjos esculpiram em seus corações para lembrá-los tão vividamente de sua casa.Quando vejo sua beleza, sei que você é metade minha nunca para ser segurado em um espelho polido conhecendo a fome fiel de nossa alma.Quando eu vejo seus olhos eu sei que eles são metade meus traçando uma trajetória onde a virtude sensual é a nossa espinha dorsal.Quando eu seguro sua mão eu sei que é metade minha invernada no parentesco, circunda a ternura sob a lua e poço de água quando a festa é feita.Quando eu beijo seus lábios eu sei que eles são metade meus enviado pela genealogia de Deus para nos descobrir no delicioso caldeirão de nossa respiração unida.Quando eu ouço você chorar eu sei que sua solidão é metade minha tão profundo o interior que nos perdemos lá fora ansiando por nos entregar como uma promessa feita antes de pedir.E quando olho para o seu passado, sei que é metade meu correndo para as cerejeiras sufocadas invisível para todo o universo nos encontramos rindo em voo repentino de olho nas iniciais gravadas em nossos corações.Poupando as árvores.