A NAVE INTERIOR – ZÉ RAMALHO

A Nave Interior

Zé Ramalho

 

Não é de fora que a nave vem,

É de dentro do peito que a nave sai.

É de dentro da gente que a nau inaudita,

Habita, repousa, amor e hidrogênio.

 

Silêncio, saudade, soluço, selênio.

A nau permanece mesmo quando vai.

Secreta se curva, dá a gota, se agita,

Se eleva no ar, resplandece e cai.

 

A nave que é mãe

Que é filho e é pai

É tudo e é nada

O povo e ninguém

 

Não é de fora que a nave vem,

É de dentro do peito que a nave sai.

Não é de fora que a nave vem,

É de dentro do peito, que a nave sai.

 

Respirar, navegar é coisíssima igual,

O ar que ri é o fogo da nau.

No vale profundo que geme em nós,

Reside o casulo do cavalo alado.

 

Na rainha-mãe ou no pobre coitado,

Ali se espelha a centelha do gás.

Se é moça ou rapaz, ancião ou criança,

A chama não cansa de dançar a dança.

 

A nave que é mãe (A nave que é mãe)

Que é filho e é pai (Que é filho e é pai)

É. tudo e é nada (É tudo e é nada)

O povo e ninguém

 

Não é de fora que a nave vem,

É de dentro do peito que a nave sai.

Não é de fora que a nave vem,

É de dentro do peito, que a nave sai.

 

Não é de fora que a nave vem,

É de dentro do peito que a nave sai.

Não é de fora que a nave vem,

É de dentro do peito, que a nave sai.

 

“Não é de fora que a nave vem,

É de dentro do peito, que a nave sai….”

 

É de dentro do peito, que a nave sai

 

 VIBRAÇÕES DO UNIVERSO MAGNÉTICO – NATAN

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