O OVO CÓSMICO : SEMPRE É TEMPO DE RECOMEÇO !

O ovo cósmico: sempre é tempo de recomeço!

O ovo cósmico: sempre é tempo de recomeço!

Nunca é tarde para sair em busca dos sonhos perdidos, para me desprender de velhas crenças, olhar-me no espelho e ver as sombras, sem fingir que não vejo os meus próprios defeitos e sem buscar refúgio nas cômodas verdades de outrora!

Em plena crise existencial, ainda solitário, não posso mais fugir de mim mesmo! Essa é a hora certa para desafiar as sombras, reconhecendo os esqueletos no armário, ainda sem sepultura, velhas histórias inacabadas e mal resolvidas.

Não posso negar as fragilidades do meu ser! Muitas vezes, os defeitos que aponto nos outros, escondendo-me na arrogância, são os que não tolero em mim, mas tenho medo de reconhecer.

Antes de culpar o mundo pelos meus próprios fracassos, estou me reconciliando com os meus próprios erros, deixando de imaginar que as pessoas conspiram para me trazer a infelicidade. Estou me perdoando dos meus vícios, para me amar e, quem sabe, ser amado! Se não conheço o amor próprio, não posso esperar o amor de ninguém!

Animado por essa estranha força que move os corações feridos pelos golpes da ilusão, tenho mergulhado no inconsciente, desfazendo, lentamente, as infinitas memórias das experiências traumáticas por que passei, tentando transforma-las em maturidade, um saudável exercício para quem se aproxima do flanco descendente da escalada, aquele instante em que começamos a descer a ladeira e se inicia o lento e inexorável declínio do vigor físico, quando o corpo, muitas vezes, já não acompanha os devaneios da mente.

Só espero que o meu “parceiro e amigo” CARL GUSTAV JUNG me inspire nesse processo de individuação e autoconhecimento, doloroso, mas cheio de recompensas, ampliando a consciência de mim mesmo e capilarizando as quatro funções psicológicas (sensação, pensamento, intuição e sentimento), para fazer desabrochar a totalidade do meu potencial humano!

Que eu possa conhecer o meu “self” e, partindo desse mergulho nas sombras do meu ser, eu possa finalmente iluminá-las, ou integrá-las, — diria o meu bom JUNG —, deixando no passado de imaturidade esse permanente estado de negação dos meus próprios sentimentos, para, em perfeita harmonia e de forma flexível e equilibrada, enfrentar as angústias, os medos e as dificuldades da vida!

Agora, que comecei a viver e a me tornar eu mesmo, crescendo e desenvolvendo a consciência de que sou e do que não quero ser, só desejo ser forte o suficiente, para suportar o doloroso processo de emersão das minhas sombras, desnudando, finalmente, a máscara que me impede de ser um indivíduo singular, consciente de mim mesmo, homogêneo e plenamente capaz de exercer as potencialidades reprimidas pelo lado negro da força.

Que os desejos, memórias e experiências que reprimi no inconsciente recebam a luz do sol, saindo das sombras do medo e da repressão, para que eu possa, enfim, lidar com o Mister Hide que escondi do espelho, convivendo em harmonia com o que não consigo destruir, mas posso dominar!

Só desejo viver em paz com o que não posso modificar, reconhecendo, enfim, que a vida deve ser vivida com prazer, aproveitando-se cada momento como se fosse o último, sem ter a veleidade insensata de mudar o mundo.

“Se me derem o supérfluo, dispenso alegremente o essencial.” Embora não possa comprovar a sua autoria, dizem que a frase é de Oscar Wilde. O certo, porém, é que estou cansado das coisas essenciais e importantes.

Quero gastar meu tempo na superfluidade das coisas passageiras, que me alegram a cada instante, levando-me à alegria seguinte, e assim sucessivamente, até o suspiro final do meu corpo. . .

Acho que a maturidade, ao invés de me trazer a seriedade carrancuda dos intelectuais, insiste em revelar o hedonista que se escondia no meu peito.

Depois de tanto penar no limbo das ilusões, desejo mais alegrias e menos tristezas, somar menos e dividir mais, compartilhar caminhos, e não muros!

A vida é muito breve para ser medíocre! É apenas um instante entre o nascimento e a morte, permeado por pequenas pausas para a reflexão, os momentos do isotônico, que servem para recompor a energia vital, combustível para novos caminhos em torno do sol.

Mesmo partido em duas metades, como o “Ovo Cósmico”, de Vladimir Kush, pintor surrealista russo (Pintura abaixo), também vou renascer do caos e da singularidade dos meus tormentos, aproveitando o sol, que surge todos os dias no horizonte, por mais fria e escura que tenha sido a noite. Será o início de uma nova estação na minha vida!

Jorge Araken Filho, apenas um coletor de palavras perdidas nos ermos do tempo.

PS: o quadro abaixo, intitulado “Ovo Cósmico”, foi pintado por Vladimir Kush, pintor surrealista russo.

Fonte:

http://jorgearakenfilho.blogspot.com/2016/02/o-ovo-cosmico-sempre-e-tempo-de-recomeco.html?m=1

 

 

 

 

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